Soube que anda triste. Que sente falta de alguém. Que não quer amar ninguém... Vou te colocar sobre as minhas asas. Te apresentar as estrelas do meu céu, Vou secar qualquer lágrima, Que ousar cair. Vou desviar todo mal do seu pensamento. Vou estar contigo a todo momento. Sem que você me veja. Vou fazer tudo que o você deseja..." O meu nome é Guilherme e sou teu anjo da guarda."

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Anjos.

Um menino olhou para a mãe e perguntou:
- Os anjos existem mesmo? Eu nunca vi nenhum. Como ela confirmasse a existência deles, o pequeno disse que iria andar pelas estradas até encontrar um anjo.
- É uma boa idéia - falou a mãe - Irei com você.
- Mas você anda muito devagar - argumentou o garoto. Você tem um pé aleijado.
A mãe insistiu que o acompanharia. Afinal, ela podia andar muito mais depressa do que ele pensava. Lá se foram. O menino saltitando e correndo, e a mãe mancando, seguia atrás.


De repente, uma carruagem apareceu na estrada. Majestosa, puxada por lindos cavalos brancos. Dentro dela, uma dama linda, envolta em veludos e sedas, com plumas brancas, nos cabelos escuros. As jóias eram tão brilhantes que pareciam pequenos sóis dourados. O menino correu ao lado da carruagem e perguntou à senhora:
- Você é um anjo?
Ela nem respondeu. Resmungou alguma coisa ao cocheiro, que chicoteou os cavalos, e a carruagem sumiu, na poeira da estrada. Os olhos e a boca do menino ficaram cheios de poeira. Ele esfregou os olhos e tossiu bastante. Nesse momento, chegou sua mãe, que limpou toda a poeira do seu rosto, com seu avental de algodão azul.
- Ela não era um anjo, não é, mamãe?


- Com certeza, não. Mas um dia poderá se tornar um, respondeu a mãe.
Mais adiante, uma jovem belíssima, em um vestido branco, encontrou o menino. Seus olhos eram como estrelas azuis. O garoto lhe perguntou:
- Você é um anjo?
Ela ergueu o pequeno em seus braços e respondeu, feliz:
-Uma pessoa me disse ontem à noite que eu era um anjo. Enquanto acariciava o menino e o beijava, ela viu seu namorado chegando. Mais do que depressa, colocou o garoto no chão. Tudo foi tão rápido que ele não conseguiu se firmar bem nos pés e caiu.
-Olhe como você sujou meu vestido branco, seu monstrinho! - disse ela, enquanto corria ao encontro do seu amado.
O menino ficou no chão, chorando, até que chegou sua mãe, e lhe enxugou as lágrimas, com seu avental de algodão azul. Aquela moça, certamente, não era um anjo.
O garoto abraçou o pescoço da mãe, e disse estar cansado.
- Você me carrega?


-É claro - disse a mãe. Foi para isso que vim. Com o precioso fardo nos braços, a mãe foi mancando pelo caminho, cantando a música que ele mais gostava. Então o menino a abraçou com força, e lhe perguntou:
-Mãe, você não é um anjo?
A mãe sorriu e falou mansinho:
- Imagine, nenhum anjo usaria um avental de algodão azul, como este...

Nenhum comentário:

Postar um comentário